Acho que "o sentido da vida é viver, viver o melhor possível, ser feliz" não é grande coisa. Afinal que orientação dá isto? O que é ser feliz? Ser o mais feliz possível? E como se faz? Claro que cada pessoa tem que encontrar o seu caminho. Pode sempre inspirar-se no caminho que outros seguiram. Eu não encontro nada mais inspirador que a filosofia do Buda, talvez pela limitação da minha forma de pensar, meio científica e sem lugar para crenças. O budismo apenas nos ensina a transformar a mente e a "ver interiormente" as coisas tal como são, o que eventualmente pode acabar com o "sofrimento mental" de uma vez por todas.
O essencial é extremamente simples e prático, e questões que não contribuem para o progresso no caminho, não interessa colocar, só servem para satisfazer uma superficial curiosidade intelectual. Como caminhar para a alegria e paz então? O sofrimento existe, é um facto, toda a gente sofre de uma forma ou de outra, a vida não parece satisfatória. E de onde vem esta insatisfação? Resulta do apego a uma ilusão que criámos. A ilusão de que existem várias entidades separadas e permanentes, especialmente eu próprio, o que gera a noção de um ser permanente que vai morrer, extinguir-se. Apegamos-nos a estas entidades, surge o desejo, a causa do sofrimento. É preciso então acabar com o desejo acabando com a causa do desejo, a ignorância. A ignorância é a ilusão criada, de um mundo de identidades que existem por si só, separadas umas das outras. É preciso ver as coisas tal como são, impermanentes, desprovidas de existência intrínseca. Todas são parte de um todo, cada coisa surgiu e vai terminar, quando não houver condições para se manter. Isto aplica-se a todos os objectos materiais mas também às formações mentais. Os pensamentos e emoções surgem e depois desaparecem, a respiração, as ondas do mar, mas também as rochas à volta do paredão, é só uma questão de tempo. Sem o "eu" e as outras entidades não pode haver apego, e sem apego não há desejo e não há sofrimento. Depois só resta o sofrimento físico, até não haver corpo.
O Buda descobriu uma forma de alcançar uma visão correcta das coisas, de modo a não haver mais lugar para sofrimento, um caminho para o fim da insatisfação: conduta ética, disciplina mental e introspecção. Cultiva-se em simultâneo o amor universal e a sabedoria. O impermanência, que em tudo existe, pode em particular ser vista em mim próprio, observação constante, mas não tensa, o caminho é o da moderação. A vida é em todo o lado, não há pressa, e o caminho leva ao desapego, ao fim do desejo e insatisfação, à paz e alegria.
Claro que compreender racionalmente a impermanência não vale de nada. É preciso ver a impermanência, a vacuidade e simultaneamente gerar compaixão. Esta forma de percepção não racional é curiosa, um bocado estranha para os ocidentais, "insight". Talvez o que chamamos sentimentos sejam o que mais se aproxima, ninguém tenta compreender racionalmente o amor, mas vê-se...
Acho que estou muito budista. O fundo do blog ficou preto, o vazio, com umas impurezas, as letras cinzentas...
Om mani padme hum
domingo, julho 16, 2006
quinta-feira, julho 06, 2006
O sentido da vida
Acordo todos os dias de manha, vivo mais um dia e vou dormir. Ainda tenho saúde, mas vou ficando cada vez mais velho, e depois... morro. Que sentido tem isto? Só a morte é certa...
O sentido da vida é viver. Viver o melhor possível, eliminar o sofrimento. Nada exterior pode trazer uma felicidade duradoura. Sofrimento e felicidade existem ao nível da mente. Algumas pessoas são felizes em grande adversidade exterior, outras têm tudo bem à sua volta e são infelizes.
Mas o nosso mundo é tão materialista. O que sabemos sobre a mente? Há a psiquiatria com os seus comprimidos para por as pessoas depressa de volta a produzir riqueza. E a psicologia, com a sua nova moda cognitiva-comportamental... que também pões o pessoal a "funcionar" depressa...
O conhecimento cientifico é sem dúvida muito útil, mas não sabemos quase nada sobre a mente. Na busca da felicidade não interessa para nada saber que partes do cérebro funcionam quando estou a bocejar. A mente não existe sem corpo e cérebro, mas isto não é informação nenhuma, é clara que todas as coisas estão interligadas. E também não serve de nada se o universo surge numa explosão e se expande e se volta o unir e expandir...
As religiões vão directamente ao assunto, ou deviam ir: o caminho para a felicidade. Mas nós temos sempre a tendência a cair no "tudo é matéria" e "somos animais", como se soubessemos grande coisa... há quem diga convictamente que deus existe, e quem diga ter atingido a iluminação. Pessoas que dizem ter visto o universo todo num instante. Não há maneira de provar coisa nenhuma, a única coisa que eu sei é que eu não vi nada disso, ou seja, nada...
E temos o yoga, pouco importa se é religião, menos ou mais que isso. Um conjunto de tecnicas que nos permite aproximar do samadhi. Caminhar para a paz e tranquilidade, felicidade. O "yoga para a felicidade" em Gouveia... caminhar para uma mente tranquila, um sentido de progresso, sentido para a vida, viver o melhor possível. Um grupo de pessoas que caminha lado a lado... uma "religião" minimalista, que só contém principios éticos que não provocam dúvidas a um espirito são...
Sinto falta de um sentido de continuidade no yoga. Vou fazer agora isto porque é fixe. Para quê? O yoga não é só uma brincadeira. É um modo de viver, um conjunto de conhecimentos práticos, que podem ser usados sucessivamente para transformar a mente, atingir um estado de maior tranquilidade, um caminho para a felicidade.
(in the search for the meaning of live, to be continued... :-) )
O sentido da vida é viver. Viver o melhor possível, eliminar o sofrimento. Nada exterior pode trazer uma felicidade duradoura. Sofrimento e felicidade existem ao nível da mente. Algumas pessoas são felizes em grande adversidade exterior, outras têm tudo bem à sua volta e são infelizes.
Mas o nosso mundo é tão materialista. O que sabemos sobre a mente? Há a psiquiatria com os seus comprimidos para por as pessoas depressa de volta a produzir riqueza. E a psicologia, com a sua nova moda cognitiva-comportamental... que também pões o pessoal a "funcionar" depressa...
O conhecimento cientifico é sem dúvida muito útil, mas não sabemos quase nada sobre a mente. Na busca da felicidade não interessa para nada saber que partes do cérebro funcionam quando estou a bocejar. A mente não existe sem corpo e cérebro, mas isto não é informação nenhuma, é clara que todas as coisas estão interligadas. E também não serve de nada se o universo surge numa explosão e se expande e se volta o unir e expandir...
As religiões vão directamente ao assunto, ou deviam ir: o caminho para a felicidade. Mas nós temos sempre a tendência a cair no "tudo é matéria" e "somos animais", como se soubessemos grande coisa... há quem diga convictamente que deus existe, e quem diga ter atingido a iluminação. Pessoas que dizem ter visto o universo todo num instante. Não há maneira de provar coisa nenhuma, a única coisa que eu sei é que eu não vi nada disso, ou seja, nada...
E temos o yoga, pouco importa se é religião, menos ou mais que isso. Um conjunto de tecnicas que nos permite aproximar do samadhi. Caminhar para a paz e tranquilidade, felicidade. O "yoga para a felicidade" em Gouveia... caminhar para uma mente tranquila, um sentido de progresso, sentido para a vida, viver o melhor possível. Um grupo de pessoas que caminha lado a lado... uma "religião" minimalista, que só contém principios éticos que não provocam dúvidas a um espirito são...
Sinto falta de um sentido de continuidade no yoga. Vou fazer agora isto porque é fixe. Para quê? O yoga não é só uma brincadeira. É um modo de viver, um conjunto de conhecimentos práticos, que podem ser usados sucessivamente para transformar a mente, atingir um estado de maior tranquilidade, um caminho para a felicidade.
(in the search for the meaning of live, to be continued... :-) )
sexta-feira, junho 23, 2006
Para uma mente tranquila
...O fim último é moksha ou libertação... um estado mental em que todas as emoções mentais penosas e grosseiras são completamente irradicadas. Moksha ou nirvana é uma qualidade mental. E finalmente temos o estado de Buda. Uma vez a mente e a consciência plenamente desenvolvidas e despertas, sem quaisquer obstáculos, o estado de mente búdica é atingida: a isso chamamos iluminação. É também uma qualidade mental.
...O objecto a ser transformado é a mente, o sujeito da transformação é também a mente e o estado transformado resultante é também a mente. Algumas pessoas descrevem o Budismo com uma ciência da mente. Parece-me apropriado explicá-lo assim.
...A nossa mente só pode ser transformada através da meditação. Há dois tipos de meditação: a analítica e a unidireccionada.
...A meditação analítica destrói a negatividade. Vipassana, ou uma particular intuição, é um tipo particular de meditação analítica... Através da meditação unidireccionada (shamatha), canalizamos toda a energia mental.
...A meditação analítica é em si mesma de dois tipos. Um é como a compaixão ou a fé. A própria mente é transformada em karuna ou compaixão. A outra meditação analítica é compreender a impermanência ou vacuidade, como objectos a serem reconhecidos.
...O reconhecimento da verdade última ou da natureza última de todos os fenómenos influencia directamente as emoções negativas, pois, geralmente, todas as emoções negativas se baseiam na percepção de que as coisas possuem uma existência independente...
Dalai Lama
...O objecto a ser transformado é a mente, o sujeito da transformação é também a mente e o estado transformado resultante é também a mente. Algumas pessoas descrevem o Budismo com uma ciência da mente. Parece-me apropriado explicá-lo assim.
...A nossa mente só pode ser transformada através da meditação. Há dois tipos de meditação: a analítica e a unidireccionada.
...A meditação analítica destrói a negatividade. Vipassana, ou uma particular intuição, é um tipo particular de meditação analítica... Através da meditação unidireccionada (shamatha), canalizamos toda a energia mental.
...A meditação analítica é em si mesma de dois tipos. Um é como a compaixão ou a fé. A própria mente é transformada em karuna ou compaixão. A outra meditação analítica é compreender a impermanência ou vacuidade, como objectos a serem reconhecidos.
...O reconhecimento da verdade última ou da natureza última de todos os fenómenos influencia directamente as emoções negativas, pois, geralmente, todas as emoções negativas se baseiam na percepção de que as coisas possuem uma existência independente...
Dalai Lama
segunda-feira, junho 19, 2006
Desapego e passado
Uma das coisas que me agrada no budismo e no yoga é a pouca importância que dão ao passado. Tentar explicar os pensamentos e emoções que surgem no momento presente, olhando para o passado, é como tentar perceber qual foi o movimento da matéria até chegar ao ilusório mundo das formas que neste momento percepcionamos. É impossível e inútil.
O passado não interessa, só interessa quando ocorre no presente. Mais vale estar atento a cada momento de modo a poder observar uma emoção ou pensamento negativo, no momento em que surge, quando ainda é fraca, e não a alimentar... e continuar a cultivar a serenidade, a sabedoria e a compaixão.
Ao pensar que somos produto do nosso passado, vemos-nos como algo que existe por si só, independentemente de tudo o resto, um eu permanente que se foi construindo. Limita-nos, condiciona-nos, não nos permite acreditar. Mas não tem que ser assim. Podemos partir de onde estamos... sempre. Não interessa comparar com o passado, não é útil. Não temos passado, o passado não existe. Podemos desapegar-nos do passado e ter um começo totalmente limpo em cada instante.
Adeus Freud, olá Buda!
O passado não interessa, só interessa quando ocorre no presente. Mais vale estar atento a cada momento de modo a poder observar uma emoção ou pensamento negativo, no momento em que surge, quando ainda é fraca, e não a alimentar... e continuar a cultivar a serenidade, a sabedoria e a compaixão.
Ao pensar que somos produto do nosso passado, vemos-nos como algo que existe por si só, independentemente de tudo o resto, um eu permanente que se foi construindo. Limita-nos, condiciona-nos, não nos permite acreditar. Mas não tem que ser assim. Podemos partir de onde estamos... sempre. Não interessa comparar com o passado, não é útil. Não temos passado, o passado não existe. Podemos desapegar-nos do passado e ter um começo totalmente limpo em cada instante.
Adeus Freud, olá Buda!
sábado, junho 17, 2006
A meditação do amor
Acho que todos amamos várias pessoas. Mas também acho que o amor e apego andam sempre juntos. Como ver o amor? Só o amor? O mais natural é querer contribuir para a felicidade das pessoas que amamos, estar lá. Mas este "querer" não permite ver a pureza do amor.
Visualizo uma das pessoas que amo feliz, uma felicidade serena, autêntica. Brincamos e sorrimos num jardim, ingenuamente, muita alegria, uma alegria tranquila... Depois afasto-me e fico a olhar para ela, que continua a sorrir da mesma forma, e olha-me, parece haver gratidão naquele olhar. O lugar é silencioso, o tempo parece ter parado... Continuo a observar e continuo feliz pela felicidade dela, que sabe que ali estou, mas já não me olha... O meu estado de beatitude mantém-se inalterável... continuo alí, mas agora ela já não sabe, esqueceu que existo, observo-a na minha alegria serena. Finalmente saio da imagem, totalmente, já nem observo, já não existo, e continuo feliz apenas por sentir a felicidade daquela pessoa que amo... Já não quero nada, e a minha felicidade é o amor, já não há apego, fundi-me com o amor... A sensação é arrebatadora, um nó na garganta, o peito inflamado, lágrimas de amor... e depois paz, muita paz... já não há nada a temer, perdi tudo menos o mais importante, conservei o amor mais puro, já não preciso de mais nada... encontrei tudo em mim... encontrei o amor...
Visualizo uma das pessoas que amo feliz, uma felicidade serena, autêntica. Brincamos e sorrimos num jardim, ingenuamente, muita alegria, uma alegria tranquila... Depois afasto-me e fico a olhar para ela, que continua a sorrir da mesma forma, e olha-me, parece haver gratidão naquele olhar. O lugar é silencioso, o tempo parece ter parado... Continuo a observar e continuo feliz pela felicidade dela, que sabe que ali estou, mas já não me olha... O meu estado de beatitude mantém-se inalterável... continuo alí, mas agora ela já não sabe, esqueceu que existo, observo-a na minha alegria serena. Finalmente saio da imagem, totalmente, já nem observo, já não existo, e continuo feliz apenas por sentir a felicidade daquela pessoa que amo... Já não quero nada, e a minha felicidade é o amor, já não há apego, fundi-me com o amor... A sensação é arrebatadora, um nó na garganta, o peito inflamado, lágrimas de amor... e depois paz, muita paz... já não há nada a temer, perdi tudo menos o mais importante, conservei o amor mais puro, já não preciso de mais nada... encontrei tudo em mim... encontrei o amor...
quinta-feira, junho 15, 2006
Gouveia - yoga para a felicidade

Foi no fim de semana passado, pessoas que não se conhecem, juntam-se num fim de semana de relaxamento, yoga, jogos e brincadeiras, pleno de paz.
Na sexta os jogos de apresentações. O objectivo é que as pessoas se conheçam, que saibam os nomes umas das outras. Fiquei meio desorientado, tantas pessoas, tanta informação, não decorei nomes quase nenhuns mas foi muito divertido. Tra-la-la, figuras ridículas, cómicas, muito fixe.
Sábado de madrugada, seis e meia, caminhada silenciosa, que termina num lindo oásis com muitas árvores e o pequeno coliseum ao meio com uma grande pedra num buraco. Aí fazemos yoga, a ouvir os cantos de muitos pássaros diferentes e a brisa. Respiração profunda, muito lenta, asanas simples, relaxantes...
De tarde ouvimos a Alice, que nos disse o essencial do yoga sutra do Patanjali, as causas de sofrimento e o caminho para a libertação do sofrimento. Depois coloco um resumo das palestras no blog, com a ajuda da Sofia.
No domingo foi tão fixe o teatro, rimos todos tanto, com vontade, gargalhadas verdadeiras. Sons e expressões, representação de improviso, quem conta um conto acrescenta um ponto, muito fixe.
As pessoas eram diversas em idades e muitas coisas. Todas interessantes. Falei mais com algumas. O Mário, o professor, com um discurso coerente e claro, vive o yoga, procura aproximar-se do samadhi pela linha que optou, que vê apenas como uma proposta, tem tanto para dar, tranquilo, é uma alegria conversar com ele. O Benigno, que parece adormecido em tanta paz, em silencio, mas que depois acorda e mostra grande inteligência e perspicácia, e um excepcional sentido de humor, "temos que sacrificar um". A Paula, uma super-yogui, um exemplo a seguir, atenta, clara, linda. E a Sofia, tanta bondade e autenticidade, é tão bom estar perto de uma pessoa assim, linda por dentro e por fora. Enfim, não vou escrever mais nomes, nem dizer mais coisas, mas houve tanto mais de bom.
Este encontro foi muito importante para mim. Fiquei a pensar que são coisas deste tipo que todas as pessoas do mundo deviam fazer. Juntarem-se com estranhos para relaxar e brincar. Isto desenvolve um humanismo autêntico. Acaba com "os outros". As pessoas podem juntar-se e ser felizes, não somos muito diferentes, é tão lindo. Foi mesmo muito bom...
Acrescenta coisas se leres isto, Sofia, talvez seja interessante reler, daqui a uns tempos...

sábado, junho 03, 2006
O Bill e os pombos
Verificação automática de sistemas concorrentes com base em modelos de autómatos e lógica temporal, aulas do mestrado, "a partir do momento presente é possível chegar a uma situação em que um determinado evento se torna verdadeiro, e assim continua, para sempre ou até um outro evento ocorrer"... E depois o curso de .NET, com as WebForms, C#, classes, objectos, HTML, server controls, eventos, XML, etc e muito sono... E bolonha e os artigos sobre ensino e a matemática, funções, integrais de superfície, fazer exames e mais exames, e a survey dos semigrupos e sempre as janelinhas do Bill Gates... que não me deixam dormir à noite, e aqui estou a olhar para elas... e de madrugada os pombos na janela também não, cantam tão mal... menos de quatro horas de sono... help!
Bom, isto acabou quase tudo, agora é recuperar, dormir, yogar... fica o registo da desgraça... bye Bill.
Bom, isto acabou quase tudo, agora é recuperar, dormir, yogar... fica o registo da desgraça... bye Bill.
sexta-feira, maio 19, 2006
O Jardim de Lótus
Quando o Buda atingiu a iluminação olhou à volta. Existirá alguém capaz de entender o que tenho para ensinar? Viu que sim, as pessoas são como flores de lotus. Algumas ainda estão enterradas na lama, mas outras estão mesmo quase a abrir todas as suas pétalas...
Sim, em algumas pessoas sente-se tanta abertura. Não são as palavras, é a presença, é o olhar... mas todos flores de lótus... todos...
Estou-me a passar... ainda um dia chego à iluminação. Já me estou a ver... no centro da sala de um manicómio, convencido que sou um lampada! eheh
Sim, em algumas pessoas sente-se tanta abertura. Não são as palavras, é a presença, é o olhar... mas todos flores de lótus... todos...
Estou-me a passar... ainda um dia chego à iluminação. Já me estou a ver... no centro da sala de um manicómio, convencido que sou um lampada! eheh
terça-feira, maio 16, 2006
Quotes
“Basically we are all the same human beings with the same potential to be a good human being or a bad human being ... The important thing is to realize the positive side and try to increase that; realize the negative side and try to reduce. That's the way.”
“We can live without religion and meditation, but we cannot survive without human affection.”
Dalai Lama
"You can search throughout the entire universe for someone who is more deserving of your love and affection than you are yourself, and that person is not to be found anywhere. You yourself, as much as anybody in the entire universe deserve your love and affection."
Buda
“We can live without religion and meditation, but we cannot survive without human affection.”
Dalai Lama
"You can search throughout the entire universe for someone who is more deserving of your love and affection than you are yourself, and that person is not to be found anywhere. You yourself, as much as anybody in the entire universe deserve your love and affection."
Buda
quinta-feira, maio 11, 2006
Impermanência
É provavelmente o essencial na visão budista do mundo. Esta tudo a mudar, nada é igual em dois momentos consecutivos. O ego é invenção, fantasia. Os pensamentos e emoções aparecem e desaparecem, nada disto sou eu. Há causas e efeitos, interdependencia, apenas.
Aplica-se em tudo. Compro um carro, sei que vai ficar velho. Faço a manutenção para impedir que fique velho ou para acompanhar e minimizar a sua natural auto-destruição? Eu prefiro a segunda opção. Mas é mais natural escolher a primeira, lutar contra o envelhecimento, contra a impermanência, em vez de a aceitar como um facto. Para mim é melhor encarar a realidade e viver com ela. Não temos mesmo nada, está tudo a mudar, por isso também não há nada a perder. É apenas viver.
Não ter nada para agarrar provoca insegurança. Na verdade no essencial não podemos escolher. Caímos num mundo em que as regras já estão definidas e temos que nos adaptar. Não podemos escolher não ficar doentes e morrer. Algumas coisas podemos escolher. Podemos escolher a perspectiva que mais nos agrada, que para nós é mais natural. Eu vejo tudo a mudar, é como se o oposto fosse estagnar, ficar preso em qualquer coisa, parar de crescer...
Às vezes fico muito animado com as viagens interiores. Um mundo imenso para descobrir. Coisas que não são mesmo minhas, perdem sentido, desvanecem. Coisas boas podem ser trazidas à superfície, exploradas, amplificadas. Não interessa se conseguimos a iluminação, ou que significa isso. Crescimento existe, e pode-se continuar a crescer até, um dia, morrer. Até à morte, existe vida. As árvores só crescem.
Estou cheio de sono. Mas isto vai mudar, depois de dormir o suficiente, se isso acontecer.
Aplica-se em tudo. Compro um carro, sei que vai ficar velho. Faço a manutenção para impedir que fique velho ou para acompanhar e minimizar a sua natural auto-destruição? Eu prefiro a segunda opção. Mas é mais natural escolher a primeira, lutar contra o envelhecimento, contra a impermanência, em vez de a aceitar como um facto. Para mim é melhor encarar a realidade e viver com ela. Não temos mesmo nada, está tudo a mudar, por isso também não há nada a perder. É apenas viver.
Não ter nada para agarrar provoca insegurança. Na verdade no essencial não podemos escolher. Caímos num mundo em que as regras já estão definidas e temos que nos adaptar. Não podemos escolher não ficar doentes e morrer. Algumas coisas podemos escolher. Podemos escolher a perspectiva que mais nos agrada, que para nós é mais natural. Eu vejo tudo a mudar, é como se o oposto fosse estagnar, ficar preso em qualquer coisa, parar de crescer...
Às vezes fico muito animado com as viagens interiores. Um mundo imenso para descobrir. Coisas que não são mesmo minhas, perdem sentido, desvanecem. Coisas boas podem ser trazidas à superfície, exploradas, amplificadas. Não interessa se conseguimos a iluminação, ou que significa isso. Crescimento existe, e pode-se continuar a crescer até, um dia, morrer. Até à morte, existe vida. As árvores só crescem.
Estou cheio de sono. Mas isto vai mudar, depois de dormir o suficiente, se isso acontecer.
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