É provavelmente o essencial na visão budista do mundo. Esta tudo a mudar, nada é igual em dois momentos consecutivos. O ego é invenção, fantasia. Os pensamentos e emoções aparecem e desaparecem, nada disto sou eu. Há causas e efeitos, interdependencia, apenas.
Aplica-se em tudo. Compro um carro, sei que vai ficar velho. Faço a manutenção para impedir que fique velho ou para acompanhar e minimizar a sua natural auto-destruição? Eu prefiro a segunda opção. Mas é mais natural escolher a primeira, lutar contra o envelhecimento, contra a impermanência, em vez de a aceitar como um facto. Para mim é melhor encarar a realidade e viver com ela. Não temos mesmo nada, está tudo a mudar, por isso também não há nada a perder. É apenas viver.
Não ter nada para agarrar provoca insegurança. Na verdade no essencial não podemos escolher. Caímos num mundo em que as regras já estão definidas e temos que nos adaptar. Não podemos escolher não ficar doentes e morrer. Algumas coisas podemos escolher. Podemos escolher a perspectiva que mais nos agrada, que para nós é mais natural. Eu vejo tudo a mudar, é como se o oposto fosse estagnar, ficar preso em qualquer coisa, parar de crescer...
Às vezes fico muito animado com as viagens interiores. Um mundo imenso para descobrir. Coisas que não são mesmo minhas, perdem sentido, desvanecem. Coisas boas podem ser trazidas à superfície, exploradas, amplificadas. Não interessa se conseguimos a iluminação, ou que significa isso. Crescimento existe, e pode-se continuar a crescer até, um dia, morrer. Até à morte, existe vida. As árvores só crescem.
Estou cheio de sono. Mas isto vai mudar, depois de dormir o suficiente, se isso acontecer.
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