quinta-feira, outubro 11, 2007

Esta vida...


Tenho passado tanto a tempo a ler e a pensar sobre religião, filosofia, espiritualidade... E que aprendi eu?

Neste momento sinto-me bem. Nos últimos dias, semanas, tudo tem corrido bem, não há nada que eu queira muito, não há nada que não esteja bem... No entanto persiste esta sensação de que continuo vulnerável. Podia estar tudo igual mas senti-me em baixo. E claro que pode acontecer a qualquer momento algo que me deixe em baixo. Enfim, não sei como fazer para voltar para um estado favorável se dele sair...

A nossa psicologia é inútil. Serve apenas para encontrar doenças e pôr-nos de novo a funcionar. E quem não tem doenças e quer apenas aumentar e controlar o estado geral de felicidade? Acho que agora existe uma "psicologia positiva" que vai mais neste sentido...

O que há de comum às diversas religiões e filosofias? No fundo a ideia é sempre sermos felizes e vivermos no meio de pessoas felizes. Mas como fazemos isso? Às vezes simplesmente não conseguimos pôr em prática toda a teoria que conhecemos para ser felizes. Meditação? Não tenho meditado...

Sinto como se estivesse mesmo à beira de uma grande descoberta, algo que não se pode transformar em palavras... é estranho.

Mas parece que já não "sonho com a iluminação". Não estou perto. Tenho apenas que ir dando atenção a cada coisa, amor, família, amigos, trabalho, etc...

Vivia num sonho... agora estou mais consciente das minhas limitações. Não estou perto e contudo estou mais perto porque me conheço um bocadinho melhor.

Sinto que ao querer viver na paz do yoga ignorava as arestas que existiam por limar. Agora vejo-as e posso lidar com elas. Cheguei a ser completamente dominado por estas "arestas por limar", mas agora já não...

Não posso chegar de repente às alturas sem trabalhar primeiro as bases, a estrutura...

Não vou mais fugir à negatividade que em mim encontro. Vou enfrentar tudo, reconhecer sem fugir tudo o que surge, o bom e o mau, e aprender cada vez mais sobre as causas da felicidade e sofrimento...

Um dia hei-de desvendar este mistério e descobrir como funciona a mente humana e como se faz para ser sempre feliz. E depois ensino a toda a gente!

terça-feira, setembro 18, 2007

Emoções destrutivas

Apreciar o momento presente, mudar a perspectiva, não há nada que seja mau em todas as perspectivas...

Podemos saber muito bem a teoria e em certas alturas não conseguimos pôr nada em prática. E ficamos tristes, irritados...

Como é que o correm estes estados de espírito negativos? O que acontece antes e depois? Podemos mesmo ver as emoções cada vez mais perto do momento em que ocorrem?

Será que podemos mesmo chegar a encontrar o conjunto de causas que nos levam a um estado de espírito negativo?

Poderemos transformar-nos profundamente ao ponto de acabar de vez com todas as emoções destrutivas e gerar apenas estados positivos?

Podemos aprender muitas coisas mas isso não faz de modo algum que nos sintamos sempre bem, o que no fundo é o que importa. Por vezes até parece ser ao contrário. Parece que as pessoas mais "inteligentes" são mais infelizes.

Mas afinal o que se passa? A inteligência não poderá ser usada em nosso favor?

Dicionario. bem: causa felicidade; mal: causa sofrimento. :-)

segunda-feira, setembro 17, 2007

De volta?

Ainda estou vivo, lembrei-me que talvez fosse boa ideia escrever isto no blog.

Agora não medito, não faço yoga... Apanhei uma otite há um mês que finalmente parece estar a passar, e pensava que não me podia por da cabeça para baixo. Depois o otorrino disse que se calhar até fazia bem.

Continuo a ler sobre budismo, e continuo a pensar que o mais importante nesta vida é ser feliz...

Agora leio o livro "Emoções destrutivas e como domina-las" sobre um dialogo em que participou o Dalai Lama, cientistas, psicólogos, filósofos ocidentais... muito interessante.

Continuo a praticar uma "atenção vigilante" e vou voltar a meditar e fazer yoga...

terça-feira, julho 03, 2007

O carro e o cão

Uma viagem de 400km. Faltavam uns 300 metros para chegar. Um gato preto cruza a estrada. Olho para ele e penso: "um gato preto que cruza o caminho da azar, eheh mas que azar pode haver agora, estou quase a chegar". Olho em frente, um grande cão aparece subitamente à frente do carro. Em cheio, o cão morreu e o carro voltou de reboque... Uma viagem so termina no último instante...

quinta-feira, junho 28, 2007

O momento


Sofremos porque podemos prever o futuro, porque recordamos o passado...

Por vezes não é fácil ficar apenas a apreciar as sensações e bem estar deste momento. Sentir que "não é preciso fazer mais nada, já tenho tudo o que preciso"... apreciar apenas, estar, já está tudo bem. Ah, como são bons estes momentos de paz...

Acho que foi o Osho que escreveu que não é possível não ser feliz no momento presente...

Aparecem pensamentos sobre o passado, com emoções associadas. E também sobre o futuro. Mas sou livre de os olhar no meio de tudo o mais que neste momento existe, observar serenamente as emoções como parte da experiência deste momento, sem me apegar a nada...

Era bom que todas as pessoas tivessem a clareza da minha mente neste momento...

Om Shanti

terça-feira, junho 19, 2007

O sofrimento existe


Nascemos, vivemos e acabamos por morrer. Os dias vão passando, um após outro, vamos fazendo umas coisas, há alturas em que nos sentimos melhor, outras pior, a única coisa certa é a morte... Quem é que ainda não se deteve por instantes com este pensamento? Por vezes tudo parece desprovido de sentido. Se a coisa se torna crónica é preciso acreditar em qualquer coisa, seja em Deus ou no Freud, ou noutra coisa qualquer.

Também se pode acreditar que o sentido da vida é ir removendo a negatividade para que, vida após vida, a verdadeira essência da mente se revele e alcancemos a total sabedoria, bom coração... o nirvana. É mais uma crença, que podemos escolher.

Mas por vezes tudo parece sem sentido, não há crença que nos valha... esforço para quê? Onde vamos parar? Sempre à morte, nada mais. E antes de morrer é preciso sofrer, sofrer muito, ver outras pessoas a ficar doentes, a morrer até finalmente ser a nossa vez. Sofremos porque não temos o que queremos, e se temos sofremos na mesma por saber que o vamos perder.

De tempos a tempos volto à primeira nobre verdade: o sofrimento existe. Isto custa muito... mas talvez tenha aprendido mais alguma coisa de cada vez que aqui volto... ao essencial. Vamos lá começar outra vez... isto cansa.

quinta-feira, maio 24, 2007

Pesadelo


Estava no hospital, deitado e a soro. A certa altura a tensão no meu braço aumentou e o sangue começou a subir pelo tubo do soro. Eu sabia que só tinha que relaxar o braço ou então retirar a agulha. Mas não conseguia fazer uma coisa nem outra e estava a morrer. Apareceu uma enfermeira, olhou para mim mas não ligou muito. Não sei se não lhe pareceu importante ou se não sabia o que fazer...

Às vezes não é possível retirar a agulha e nem ao menos conseguimos relaxar o braço...

Visão estreita

Todos temos problemas e tendência a olhar para os problemas sempre sob a mesma perspectiva. Recordo-me agora de uma ideia do Dalai Lama: é muito difícil que algo seja mau sob todas as perspectivas.

No entanto os mesmos pensamentos sucedem-se, as perspectivas são as mesmas. Normalmente temos a habilidade de escolher aquelas que mais nos fazem sofrer e que em nada contribuem para a resolução do problema.

Talvez seja esta forma de funcionamento da mente que esteve na causa dos piores eventos na história da humanidade. Perde-se a visão do conjunto, a noção do que é realmente importante e do que é acessório. E fica-se preso a uma ideia, a um pensamento, a uma perspectiva entre inúmeras outras possíveis para as quais estamos cegos: seja a superioridade da raça ariana, por exemplo.

Às vezes ao fim do dia a visão estreita surge em mim, foi assim ontem à noite. A minha mente fica menos clara, perco a visão do conjunto, já não sei o que é importante, sou um ser triste, que sofre desamparadamente, incapaz de dirigir a atenção para os diversos pontos que constituem a experiência do momento, agarrado a uma perspectiva única que me faz sofrer, que se auto alimenta e não morre...

Esta manhã, olhando para o céu, vi o universo, a minha visão alargou-se. As pessoas à minha volta desejam apenas ser felizes. Eu desejo ser feliz. Não há nada que me faça mais feliz que ver sorrisos de felicidade à minha volta. Tudo o resto é acessório... é tão simples. Contribuir um pouco para a felicidade de quem me rodeia ou, se isso não for possível, manter "nobre silêncio".

Porque razão é tão difícil recordar em certas alturas que "é muito difícil que algo seja mau sob todas as perspectivas" e que "a única coisa que interessa é que as pessoas sorriam de felicidade"?

Portas abertas

Posso estar aqui e manter as portas abertas sem medo de que ao olhar para outras direcções possa ter vontade de ir para outro lugar e abandonar este, que é seguro. Será que mesmo assim posso estar aqui em pleno? Ou para isso será preciso colocar uma venda nos olhos que não me deixe ver a mais que uns metros de distância. É assim tão difícil ser livre?

O equilíbrio é delicado, como em tudo o mais. Se fico aqui, cego para tudo o resto, sufoco neste lugar, apodreço. Se me perco a pensar que podia estar em outro lugar qualquer, já não estou aqui, em pleno, vivo em sonhos.

É por isso que uma abertura total é difícil e existe a tendência a agarrar qualquer coisa e ficar neste lugar seguro. Numa abertura total, num amor universal, todos os lugares são bons. Como escolho onde ficar? Vou perder o meu lugar seguro? Perder o "eu"?

Estou cansado deste yo-yo, deste abre e fecha. Quero estar aqui em pleno e sem medo de mudar de lugar! Quero expor o meu peito à mais terrível punhalada... e constatar que afinal o ego não passa de uma membrana permeável que o punhal nunca pode atingir...

terça-feira, maio 22, 2007

Experiencing Heart

Também costumo ler a newsletter do Buddhism Connect, lembrei-me de partilhar aqui as minhas duas subscrições yogi/budis:

"[...] It is very important to realise that the whole of the path of the Dharma is for releasing the 'heart' or rather that which we refer to as 'heart' - not the conceptual construct or ideas we have about it but what it is in itself [...]"

[texto completo/subscrição gratuita]