quinta-feira, maio 24, 2007

Portas abertas

Posso estar aqui e manter as portas abertas sem medo de que ao olhar para outras direcções possa ter vontade de ir para outro lugar e abandonar este, que é seguro. Será que mesmo assim posso estar aqui em pleno? Ou para isso será preciso colocar uma venda nos olhos que não me deixe ver a mais que uns metros de distância. É assim tão difícil ser livre?

O equilíbrio é delicado, como em tudo o mais. Se fico aqui, cego para tudo o resto, sufoco neste lugar, apodreço. Se me perco a pensar que podia estar em outro lugar qualquer, já não estou aqui, em pleno, vivo em sonhos.

É por isso que uma abertura total é difícil e existe a tendência a agarrar qualquer coisa e ficar neste lugar seguro. Numa abertura total, num amor universal, todos os lugares são bons. Como escolho onde ficar? Vou perder o meu lugar seguro? Perder o "eu"?

Estou cansado deste yo-yo, deste abre e fecha. Quero estar aqui em pleno e sem medo de mudar de lugar! Quero expor o meu peito à mais terrível punhalada... e constatar que afinal o ego não passa de uma membrana permeável que o punhal nunca pode atingir...

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