quinta-feira, julho 20, 2006

Observar

Vagueando pelo passado, fazendo planos para o futuro, mergulhado numa profunda inconsciência, fantasias, ilusões, especulações, vivo a dormir. Não tem que ser assim...

Observar, como um cientista, os seis sentidos, todos eles. Os cinco sentidos a os respectivos estímulos, não só a sempre dominante visão... corpo, ouvidos, boca, nariz, os estímulos externos... e a mente, que vai por si só retirando os conteúdos do seu arquivo de memórias no subconsciente. E aparecem pensamentos e emoções, e depois desaparecem, não há um "eu" que decide faze-los aparecer... Observar apenas como todas as coisas vêm e vão... sem apego, atento, relaxado, desperto, vigilante, mas sem julgar, neutro... E quem é que observa? Ninguém controla nada disto, sucedem-se estímulos, pensamentos, emoções. Aparecem, ficam um pouco, e depois desaparecem. Quem controla esta sucessão? Quem testemunha? Não se pode encontrar o observador... não existe. Não há nada de que se possa dizer "isto sou eu". Mas existe a observação do momento presente, das coisas como são, sempre em mudança... E a sensação de liberdade, de deixar ser, soltar, observar o fluxo e sorrir, descansado. Continua a fluir, a sucessão continua, olho para lá... Mas quem olha? É só outro pensamento...

Bom, vou observar pra praia!

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