É o quarto fim de semana que passo neste país. Já nem me lembro que vivia num apartamento limpinho junto ao mar, antes de vir para aqui. A cozinha está sempre cheia de loiça suja, espalhada por todo o lado, há "undergraduates" nos outros quartos do apartamento :-). Tive que comprar loiça e panelas e como no quarto. Tenho tão poucas coisas, um só prato, talheres, 3 panelas... E parece que não é preciso mais nada. E se fosse para outro lugar, ainda com menos objectos de conforto? Era igual, adaptava-me ao fim de dois dias, como aqui. Sei que é temporário... e se não fosse? É interessante verificar que todos aqueles objectos de conforto que acumulamos, desaparecem e não são precisos, assim, instantaneamente, quando se mudar de lugar. Mas arranjei logo um tapete de yoga... mantenho-me alegre na mesma, faço yoga aqui no quarto, medito... É tão interessante ver como nos adaptamos, e pequenas coisas ganham outro valor. Parece que se pode estar bem em qualquer lado.
A vida mudou muito quando comprei uma bicicleta, que custou três semanas de gasolina em Portugal. Ganhei asas, passava tanto tempo a andar a pé... Uma simples bicicleta deu-me tanta alegria...
Tenho tempo demais para trabalhar, dá para cansar e fazer outras coisas. Tenho saído quase todas as noites. Danças na Universidade e fora, as pessoas são tão simpáticas em todo o lado neste país. Mas estou cansado, vou começar a sair menos. Tive uma gripe terrível há mais de uma semana, e ainda não recuperei totalmente, talvez o cansaço também seja disso. Que noite passei, gripe a sério, e não tinha paracetamol. Havia uns instantes em que o desespero diminuia um bocadinho, quando tentava fazer pranayama.
As condições exteriores podem piorar, piorar muito, e podemos ficar felizes na mesma. Há sempre um lugar em que nos podemos sentar, e com esta mania de sentar de pernas cruzadas nem é preciso cadeira, basta uma almofada. :-)
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1 comentário:
Que interessante este teu post... fiquei a pensar novamente que tenho mesmo que comprar a minha bicicleta :o)
E de facto a mudança sempre nos faz reflectir na impermanência... muito bom mesmo...
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