domingo, dezembro 17, 2006

Nem sempre é assim

É divertido que encontrei e comecei a ler um livro Zen com o título "Nem sempre é assim", logo após escrever o post em que repetia a frase "é mesmo assim".

A sensação que tenho é que uma pessoa que comece a ler livros destes, sobre Zen, sem ter lido livros sobre budismo, tipo "O ensinamento de Buda", por exemplo, fica sem perceber nada de budismo. Bom, mas talvez faça também sentido ler Zen primeiro, sei la. Eu acho interessante o "largar o budismo e acordar já" do Zen. :-)

Há esta ideia que me parece particularmente interessante. A realidade é aquilo que se experimenta antes de se catalogar. As coisas acontecem, experimentam-se, depois descrevemos, catalogamos, julgamos, devia ser, não devia ser. Isso já não é a realidade. Ao observar uma flor, antes de a descrever, antes de pensar, ai está a realidade. É interessante... Mas parece que estamos convencidos que a realidade é a arrumação intelectual, a catalogação que fazemos das coisas, depois de acontecerem. É como se fosse preciso processar a realidade e simplifica-la para encaixar na nossa limitada conceptualização para que ela se torne real!

Não é um descanso saber que a realidade é, que não é preciso fazer nenhum esforço para a criar? A mim faz-me sentir em paz. Mas se calhar é só por ser alentejano, isto de não ter que fazer nada é mesmo apelativo! Excelente religião para alentejanos! Eheh, tou a brincar, claro que a ideia não é não fazer nada, faz-se tudo na mesma, a motivação é que fica mais... pura.

É mesmo assim... nem sempre é assim... é mesmo assim...

3 comentários:

Daterra disse...

esse é um livro engraçado...

boa leitura

Anónimo disse...

Isso acontece porque a idéia da realidade é para nós mais importante que a própria realidade. A idéia do que queremos ver tem mais significado do que aquilo que estamos a ver. O futuro é sempre mais sedutor que o presente.Gostamos mais da ilusão do que da realidade, pois é fonte de maior prazer, e por isso a isso nos apegamos. Assim, a ilusão se transforma na realidade e a realidade na ilusão. E ficamos debater-nos nesse movimento. O zen, e os seu s seguidores dizem é que para percebermos a realidade, não é importante o que devemos fazer ,apenas estar consciente do estamos a fazer, pois se estamos preocupados com a idéia, com o futuro, estamos a evitar a compreensão do presente. Faz então sentido falar do "acordar já" do zen.
Abraço sufi franz

Avusa disse...

grande abraço de boas festas, Luis…