O budismo faz todo o sentido. Claro que só podemos ser felizes no presente, nada mais existe. Não vejo dogmas no nobre caminho óctuplo É apenas um mapa extremamente lógico e útil. Que nos orienta agora a seremos felizes e a melhorar o nosso estado geral de felicidade. É preciso praticar o caminho. Usar o mapa.
Mas e naqueles dias em que tudo parece cinzento e não conseguimos pôr nada em prática? O que causa mais sofrimento? Será a depressão ou o desejo forte de nos livrarmos dela? O que fazer quando nada resulta?
Felizmente há alturas em que fico profundamente deprimido. E não consigo fazer rigorosamente nada para abandonar esse estado, ou para outro efeito qualquer. Às vezes digo a mim próprio, em alturas melhores: se voltar a acontecer vou fazer apenas isto, algo simples, para não me esquecer. Mas nunca resulta. Não me lembro. Talvez escrevendo num papel... Não dá. O problema é que tudo muda e o que resulta hoje não resulta amanhã. É como com as crianças. É preciso ser flexível. Mas como ser flexível quando se está deprimido e não se consegue fazer nada?
Felizmente também, as minhas "depressões" não duram muito. O melhor a fazer é esperar que passem. Mas até isto esqueço nessas alturas. Parece que nunca vai passar. Quando o lume está a arder é fácil dirigir a chama. Mas e quando falta a faísca que o acende?
O que me ajuda? O Budismo. É natural existir insatisfação. É o dukkha. Sem sofrimento não pode existir compaixão pois não se tem oportunidade de sentir o que os outros também sentem. Por isso a "depressão" é de certa forma uma coisa útil.
Mas também é tão horrível. Especialmente quando não parece haver causa nenhuma além do dukkha. E por vezes procuramos inventar uma causa mais aceitável.
Aceitar o sofrimento como sendo algo natural em vez de uma doença, é então a primeira coisa que me ajuda. Além da aceitação é sentir que não tenho que fazer nada. É esperar que se auto-cure, como acontece com as feridas.
Finalmente, é uma oportunidade para investigar o sofrimento. Que de facto, devido ao sofrimento, não consigo aproveitar...
Resumindo: aceitar, esperar que passe e se possível investigar enquanto dura.
Pra próxima tenho que me lembrar disto...
segunda-feira, março 17, 2008
segunda-feira, março 10, 2008
a great elephant in the deep forest
But if you do not find an intelligent companion, a wise and well-behaved person going the same way as yourself, then go on your way alone, like a king abandoning a conquered kingdom, or like a great elephant in the deep forest. - Buddha...
Um sonho
Um homem falava para um grupo de pessoas, estavam de pé numa colina com relva. Afastei-me a tentar que ninguém me visse. Não queria parecer mal educado. Palavras, ideias, crenças... Tudo é possível, só mesmo a abertura a todas as possibilidades. E assim consegui... Sem tentar encaminhar a minha descoberta, descobri. Descrobi como se faz para voar, como nos sonhos. É no momento em que se fica mais leve, que ao cair para a frente se desce lentamente, mas não se chega ao chão. A leveza e alegria fizeram-me subir mais, e subi para cima dos cabos electricos. São sempre um problema quando se levanta voo. Passei para o lado de cima e olhei para a colina que descia. Havia mais cabos electricos à frente. Não sei como voar para ali e mostrar às pessoas... e acordei. Afinal, mais uma vez, era num sonho que voava...
sábado, fevereiro 23, 2008
Libertar todos os seres do sofrimento

O que torna o budismo tão interessante no mundo ocidental é que não entra em conflito com o conhecimento científico, complementa-o. É o facto de o essencial no budismo ser desprovido de crenças. Existem aspectos a que se da mais ênfase numas culturas e outros noutras. No entanto o essencial faz sentido em qualquer lado. Por vezes vejo o budismo como a filosofia prática com o mínimo de pressupostos, que torna a vida com sentido. É bastante razoável aceitar que todos os seres sofrem e querem libertar-se do sofrimento. No livro "Buddhism without Beliefs", Stephen Batchelor defende que o budismo continua a fazer sentido mesmo sem as crenças que já existiam antes do Buda, nas sociedades agora budistas, como os renascimentos e coisas afins.
A observação do Buda de que aquilo que diz não é para ser aceite sem ser verificado antes, ou a do Dalai Lama que diz que se a ciência provar qualquer coisa que se oponha a um conhecimento budista então o budismo deve-se adaptar e assimilar os novos factos, são cruciais a meu ver. Note-se que, de qualquer modo, para ao menos experimentar o que diz o Buda, é preciso acreditar um pouco que talvez resulte. Para isso é preciso que me convença intelectualmente de que pode resultar ou é preciso que eu veja, olhando para ele, que com ele resulta.
Estou convencido de que um aumento da sabedoria e compaixão, no sentido budista, é favorável à minha felicidade e dos seres há minha volta. Não sei se posso beneficiar todos os seres apenas dedicando coisas ao beneficio de todos os seres. Mas acredito que se conseguir cultivar uma intenção autentica nesse sentido então talvez possa progressivamente transformar-me a mim próprio, numa pessoa mais calma, sábia e compassiva, ao lado de quem os outros se possam sentir bem. As pessoas à minha volta podem ser beneficiadas por isso. Pode-se gerar uma cadeia de eventos que beneficie muitos seres, não sei se todos.
Como é que uma pessoa se transforma? É escrevendo estas coisas num blog? Talvez também. Mas parece-me que a atenção plena durante o dia e a prática de meditação são por enquanto a melhor técnica que se conhece.
E o Prozac, que é mais rápido? Eheh. As drogas em vez de nos acordarem mergulham-nos num sonho ainda mais profundo.
Então a técnica é: observar e manter a calma. Praticar a observação na meditação sentada. E depois observar durante o dia as sensações, os pensamentos, as emoções. Procurar viver no presente em vez de mergulhado em recordações editadas ou filmes de um futuro sempre improvável. Isto sempre com moderação. Sem me julgar por não estar atento mais tempo, por não ser grande praticante. Vou fazendo o que posso, por vezes não é o melhor e noto apenas. É preciso gentileza a lidar também connosco próprios. Em caso de grande agitação emocional o melhor é não agir. Primeiro fazer pranayama, respiração abdominal. O abdómen distende e contrai, ficar só a observar isso. E depois de restablecer a calma, fazer qualquer coisa acertada.
E se quiseres criar companheiros de sangha, não tentes convence-los intelectualmente. Transforma-te que vêm ter contigo quando te virem. Não é tentando que as pessoas se tornem budistas que as podemos ajudar a libertarem-se do sofrimento...
sexta-feira, fevereiro 22, 2008
O uso da palavra

No budismo diz-se que se não podemos dizer algo que seja útil a alguém então mais vale manter "nobre silencio".
E ser útil aqui tem um significado claro. Tento aceite o axioma de que todos os seres sofrem, podemos então falar com a intenção de lhes diminuir o sofrimento.
Tudo isto faz sentido, mas... quem é que se limita a falar movido apenas por esta intenção? Falamos por falar, por vezes distraídos, e por vezes dizemos coisas que fazem os outros sofrer.
Acabei há pouco tempo de ler o livro Domar o Tigre, de Akong Tulku Rimpoché. Não se consegue domar o tigre à força. Tem que ser com delicadeza, por vezes deixando-o um bocadinho livre... E às vezes faz disparates. Mas é preciso aceitar e ir fazendo pequenos progressos...
E por vezes falamos sem pensar, e falamos por falar, nós que não somos budas, despertos que a todo o instante conseguem fazer o mais apropriado para ajudar a libertar os seres do sofrimento.
Não são muito poderosos, os budas, que não conseguem despertar os outros, mas apenas indicar-lhes um caminho para que eles o percorram a custo e acabem por despertar também...
É preciso algum controle no uso da palavra. Mas também é preciso soltar a intuição, ou o tigre, ou seja o que for de vez em quando, e por vezes as palavras que saem não são movidas pelas melhores intenções. Acontece, basta notar que acontece, não me julgar. Já sei que não sou perfeito, vou apenas continuar a investigar, a notar, talvez faça pequenos progressos.
Ah... às vezes ajuda escrever... clarifica o espírito. Se calhar devia escrever estas coisas num ficheiro em vez de um blog. Oh... nada a esconder, ninguém é forçado a ler. E é sempre possível que seja útil, sabe-se lá.
E ser útil aqui tem um significado claro. Tento aceite o axioma de que todos os seres sofrem, podemos então falar com a intenção de lhes diminuir o sofrimento.
Tudo isto faz sentido, mas... quem é que se limita a falar movido apenas por esta intenção? Falamos por falar, por vezes distraídos, e por vezes dizemos coisas que fazem os outros sofrer.

Acabei há pouco tempo de ler o livro Domar o Tigre, de Akong Tulku Rimpoché. Não se consegue domar o tigre à força. Tem que ser com delicadeza, por vezes deixando-o um bocadinho livre... E às vezes faz disparates. Mas é preciso aceitar e ir fazendo pequenos progressos...
E por vezes falamos sem pensar, e falamos por falar, nós que não somos budas, despertos que a todo o instante conseguem fazer o mais apropriado para ajudar a libertar os seres do sofrimento.
Não são muito poderosos, os budas, que não conseguem despertar os outros, mas apenas indicar-lhes um caminho para que eles o percorram a custo e acabem por despertar também...
É preciso algum controle no uso da palavra. Mas também é preciso soltar a intuição, ou o tigre, ou seja o que for de vez em quando, e por vezes as palavras que saem não são movidas pelas melhores intenções. Acontece, basta notar que acontece, não me julgar. Já sei que não sou perfeito, vou apenas continuar a investigar, a notar, talvez faça pequenos progressos.
Ah... às vezes ajuda escrever... clarifica o espírito. Se calhar devia escrever estas coisas num ficheiro em vez de um blog. Oh... nada a esconder, ninguém é forçado a ler. E é sempre possível que seja útil, sabe-se lá.
quarta-feira, fevereiro 20, 2008
The finger pointing at the moon is not the moon
Esta celebre frase de Thich Nhat Hahn...
Mas temos sempre tendencia a ficar a olhar para o dedo.
Tenho andado a pensar que existe uma vertente mais cientifica do budismo, a que mais se ajusta a mim, e existe outro budismo, com as suas crenças. Ocorre-me sempre a ideia do Buda de não acreditar em nada sem verificar...
Mas de facto é preciso acreditar um bocadinho que talvez funcione, ao menos para por à prova. Convençam-me intelectualmente. Faz sentido? Ok, então vou testar. Senão como começaria a meditar?
Mas renascimentos, milagres, deus... Simplesmente não é o dedo que me mostra a direcção da lua. Não a mim, mas pode mostrar a muita gente.
Mas o que é mesmo preciso é esquecer o dedo, os dedos, e procurar ver para onde apontam...
Observar, observar, não julgar, não querer mudar nada, apenas notar... Faz sentido, vou continuar...
Mas temos sempre tendencia a ficar a olhar para o dedo.
Tenho andado a pensar que existe uma vertente mais cientifica do budismo, a que mais se ajusta a mim, e existe outro budismo, com as suas crenças. Ocorre-me sempre a ideia do Buda de não acreditar em nada sem verificar...
Mas de facto é preciso acreditar um bocadinho que talvez funcione, ao menos para por à prova. Convençam-me intelectualmente. Faz sentido? Ok, então vou testar. Senão como começaria a meditar?
Mas renascimentos, milagres, deus... Simplesmente não é o dedo que me mostra a direcção da lua. Não a mim, mas pode mostrar a muita gente.
Mas o que é mesmo preciso é esquecer o dedo, os dedos, e procurar ver para onde apontam...
Observar, observar, não julgar, não querer mudar nada, apenas notar... Faz sentido, vou continuar...
segunda-feira, fevereiro 11, 2008
A vida de Buda
Há quase três anos que vi este documentário. Não sabia nada sobre budismo, nunca me interessei muito por religião. Na verdade tinha uma até certa aversão pela palavra. Significava acreditar em coisas só porque me diziam. Era o oposto da ciência. Era assim até ver este documentário. Se Budismo também é religião então a palavra quer dizer outra coisa. Uma das coisas mais apropriadas para estes tempos que o Buda disse foi qualquer coisa do género: não acredites no que ouves, mesmo que seja eu a dizer-te, experimenta, verifica se ter serve, se te servir usa, se não servir não uses.
Este documentário fez surgir o "Ah!". Desde ai não parei de ler sobre budismo. Continuo ainda hoje. Eu lia de vez em quando, mas nunca fui de ler muito, por vezes até me esforçava um bocadinho por ler. Agora sinto esta forte atracção por livros sobre budismo. Normalmente nem quero que o livro que estou a ler termine. Muitas vezes leio as mesmas coisas que estou farto de saber mas continuo a gostar de as ler...
A minha prática formal não tem sido regular. Por exemplo agora estou a fazer uma meditação de kundalini de quarenta dias. Não é muito budista. Mas mantenho a prática da atenção plena durante o dia. Às vezes distraio-me mas depois volto a notar as sensações, emoções e pensamentos a surgir, a surgir e a desaparecer.
Noto os meus erros. Olho para trás e vez erro após erro: arrogância espiritual, o estar convencido que sou aquilo que quero ser, as emoções negativas que já não encontro em mim porque não quero encontrar, etc. E os progressos: o conhecimento e a calma que progressivamente aumentam, não o conhecimento intelectual, mas aquele que vem de dentro. Aparentemente nada muda, mas a consciência das minhas virtudes e limitações é o que importa...
Aprendi como é importante ter a humildade de olhar para mim próprio como uma criança e reconhecer que não me conheço, que tenho muito a aprender, que a negatividade que vejo nos outros também existe em mim. Que posso ficar mais puro...
E também aprendi que posso sentir-me bem neste momento, a dedicar atenção a todas as pequenas coisas que faço, sem estar à espera de uma felicidade num futuro iluminado.
Descanso no equilíbrio entre o contentamento de fazer um bocadinho por mim e pelos outros e o descontentamento de não estar a fazer melhor...
Descanso na confiança de que se tudo mudar drasticamente, devo acabar por me habituar, assim como me adapto a cada mudança em cada instante...
Descanso no equilíbrio entre o sossego da vida que levo e o permitir que coisas novas entrem nesta vida...
Descanso no equilíbrio de saber que existe por um lado aquilo que posso controlar e por outro a adversidade que não se controla...
Descanso...
Este documentário fez surgir o "Ah!". Desde ai não parei de ler sobre budismo. Continuo ainda hoje. Eu lia de vez em quando, mas nunca fui de ler muito, por vezes até me esforçava um bocadinho por ler. Agora sinto esta forte atracção por livros sobre budismo. Normalmente nem quero que o livro que estou a ler termine. Muitas vezes leio as mesmas coisas que estou farto de saber mas continuo a gostar de as ler...
A minha prática formal não tem sido regular. Por exemplo agora estou a fazer uma meditação de kundalini de quarenta dias. Não é muito budista. Mas mantenho a prática da atenção plena durante o dia. Às vezes distraio-me mas depois volto a notar as sensações, emoções e pensamentos a surgir, a surgir e a desaparecer.
Noto os meus erros. Olho para trás e vez erro após erro: arrogância espiritual, o estar convencido que sou aquilo que quero ser, as emoções negativas que já não encontro em mim porque não quero encontrar, etc. E os progressos: o conhecimento e a calma que progressivamente aumentam, não o conhecimento intelectual, mas aquele que vem de dentro. Aparentemente nada muda, mas a consciência das minhas virtudes e limitações é o que importa...
Aprendi como é importante ter a humildade de olhar para mim próprio como uma criança e reconhecer que não me conheço, que tenho muito a aprender, que a negatividade que vejo nos outros também existe em mim. Que posso ficar mais puro...
E também aprendi que posso sentir-me bem neste momento, a dedicar atenção a todas as pequenas coisas que faço, sem estar à espera de uma felicidade num futuro iluminado.
Descanso no equilíbrio entre o contentamento de fazer um bocadinho por mim e pelos outros e o descontentamento de não estar a fazer melhor...
Descanso na confiança de que se tudo mudar drasticamente, devo acabar por me habituar, assim como me adapto a cada mudança em cada instante...
Descanso no equilíbrio entre o sossego da vida que levo e o permitir que coisas novas entrem nesta vida...
Descanso no equilíbrio de saber que existe por um lado aquilo que posso controlar e por outro a adversidade que não se controla...
Descanso...
sexta-feira, dezembro 07, 2007
A vida de Buda
Alguém colocou o documentário da BBC que me chamou a atenção para o Budismo no youtube! É muito bom...
quinta-feira, dezembro 06, 2007
Pornografia

Houve tempos em que se adoravam esculturas de pénis em procissões. Simbolizavam a energia sexual, uma dádiva para apreciar. Tempos em que se esculpiam cenas de orgias nos monumentos... Depois surgiu o culto do espírito em detrimento do corpo. O corpo tornou-se uma coisa suja, o sexo motivo de culpa. A saudável celebração do sexo foi substituída por uma doentia propagação do culto da culpa.
Terminada a breve introdução histórica, queria só escrever aqui que não vejo mal nenhum na pornografia. Se há pessoas que querem mostrar-se nuas, a fazer sexo, e há pessoas que gostam de ver, quem é que é prejudicado com isso? Ninguém.
Eu, como a maioria das pessoas saudáveis, gosto de ver fotografias de pessoas nuas e filmes com sexo explícito. Por vezes apetece-me fazer isso, e faço. Parece que grande parte da informação que passa na Internet, tem a ver com sexo.
Mas, talvez devido ainda ao culto da culpa, não existe uma atitude saudável. Os filmes pornográficos são todos de má qualidade e de mau gosto. No entanto encontram-se pequenas cenas bastante bonitas. Filmes eróticos existem com mais qualidade, mas são ridículos. Quando é altura de aparecerem cenas de sexo aparece, em vez disso, qualquer coisa que não tem nada a ver, é frustrante.
Já ouvi todo o tipo de argumentos disparatados contra a pornografia. Fala-se em pedofilia, em mulheres que são exploradas... mas parece-me sempre que é tipo ser contra a que se caminhe na rua para combater os atropelamentos. Também parece existir o preconceito de que uma pessoa que pode apreciar pornografia, não tem bom gosto, ou qualquer coisa do género. Eu sou alentejano. Para mim uma açorda de alho é a comida mais básica que existe. Mas gosto muito de açorda de alho. E não me parece que isto me incapacite de algum modo para apreciar comidas mais sofisticadas.
Não há muito tempo, a masturbação era o pior dos pecados. Mas parece haver estudos que mostram que grande parte das pessoas, mesmo com relacionamentos sexualmente satisfatórios, se masturbam. Será um pecado maior se nos masturbarmos a ver pornografia? Se calhar é um pecado menor pois, o estimulo visual da pornografia pode permitir que a masturbação seja mais rápida! Hum... talvez o melhor seja mesmo fazer o sexo com a luz apagada, parcialmente vestido, e apenas com o objectivo da procriação.
A desconstrução de preconceitos incutidos que foram passando de geração em geração, não se faz de um dia para o outro... Mas temos a liberdade de por tudo em causa!
A única regra é não fazer sofrer ninguém: nem a nós próprios nem aos outros. Porque toda a gente se quer libertar do sofrimento e das causas do sofrimento, e ser feliz. Nenhum caminho que não prejudique ninguém é inaceitável. Mais não sei.
Terminada a breve introdução histórica, queria só escrever aqui que não vejo mal nenhum na pornografia. Se há pessoas que querem mostrar-se nuas, a fazer sexo, e há pessoas que gostam de ver, quem é que é prejudicado com isso? Ninguém.
Eu, como a maioria das pessoas saudáveis, gosto de ver fotografias de pessoas nuas e filmes com sexo explícito. Por vezes apetece-me fazer isso, e faço. Parece que grande parte da informação que passa na Internet, tem a ver com sexo.
Mas, talvez devido ainda ao culto da culpa, não existe uma atitude saudável. Os filmes pornográficos são todos de má qualidade e de mau gosto. No entanto encontram-se pequenas cenas bastante bonitas. Filmes eróticos existem com mais qualidade, mas são ridículos. Quando é altura de aparecerem cenas de sexo aparece, em vez disso, qualquer coisa que não tem nada a ver, é frustrante.
Já ouvi todo o tipo de argumentos disparatados contra a pornografia. Fala-se em pedofilia, em mulheres que são exploradas... mas parece-me sempre que é tipo ser contra a que se caminhe na rua para combater os atropelamentos. Também parece existir o preconceito de que uma pessoa que pode apreciar pornografia, não tem bom gosto, ou qualquer coisa do género. Eu sou alentejano. Para mim uma açorda de alho é a comida mais básica que existe. Mas gosto muito de açorda de alho. E não me parece que isto me incapacite de algum modo para apreciar comidas mais sofisticadas.
Não há muito tempo, a masturbação era o pior dos pecados. Mas parece haver estudos que mostram que grande parte das pessoas, mesmo com relacionamentos sexualmente satisfatórios, se masturbam. Será um pecado maior se nos masturbarmos a ver pornografia? Se calhar é um pecado menor pois, o estimulo visual da pornografia pode permitir que a masturbação seja mais rápida! Hum... talvez o melhor seja mesmo fazer o sexo com a luz apagada, parcialmente vestido, e apenas com o objectivo da procriação.
A desconstrução de preconceitos incutidos que foram passando de geração em geração, não se faz de um dia para o outro... Mas temos a liberdade de por tudo em causa!
A única regra é não fazer sofrer ninguém: nem a nós próprios nem aos outros. Porque toda a gente se quer libertar do sofrimento e das causas do sofrimento, e ser feliz. Nenhum caminho que não prejudique ninguém é inaceitável. Mais não sei.
segunda-feira, dezembro 03, 2007
Lynch, o realizador que medita

Uma notícia interessante:
O realizador norte-americano David Lynch esteve este sábado no European Film Festival, o último dia da mostra portuguesa, para dar uma Masterclass aberta ao público.
[...]
«A meditação ajuda a libertar, a ser feliz por dentro», disse o cineasta. «Procura o reino dos céus que tens dentro de ti e o resto virá por acréscimo», continuou. «Com a meditação as coisas negativas - a raiva, a depressão, a tristeza - desaparecem», garantiu o realizador durante a Masterclass.
Questionado sobre o impacto que esta disciplina teve na sua vida pessoal, em particular como artista, David Lynch comentou que antes de começar era uma pessoa afectada pela depressão e pela raiva.
«Com a meditação consegui ultrapassar emoções negativas como o medo e a ira, libertei a minha consciência e a criatividade começou a fluir», descreveu.
[..]
Notícia competa
O realizador norte-americano David Lynch esteve este sábado no European Film Festival, o último dia da mostra portuguesa, para dar uma Masterclass aberta ao público.
[...]
«A meditação ajuda a libertar, a ser feliz por dentro», disse o cineasta. «Procura o reino dos céus que tens dentro de ti e o resto virá por acréscimo», continuou. «Com a meditação as coisas negativas - a raiva, a depressão, a tristeza - desaparecem», garantiu o realizador durante a Masterclass.
Questionado sobre o impacto que esta disciplina teve na sua vida pessoal, em particular como artista, David Lynch comentou que antes de começar era uma pessoa afectada pela depressão e pela raiva.
«Com a meditação consegui ultrapassar emoções negativas como o medo e a ira, libertei a minha consciência e a criatividade começou a fluir», descreveu.
[..]
«Podem dizer que sou louco, mas ao menos tentem e vejam o que pode acontecer. Em Portugal bastariam 350 professores para toda a população», disse na Masterclass.
Notícia competa
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