segunda-feira, fevereiro 11, 2008

A vida de Buda

Há quase três anos que vi este documentário. Não sabia nada sobre budismo, nunca me interessei muito por religião. Na verdade tinha uma até certa aversão pela palavra. Significava acreditar em coisas só porque me diziam. Era o oposto da ciência. Era assim até ver este documentário. Se Budismo também é religião então a palavra quer dizer outra coisa. Uma das coisas mais apropriadas para estes tempos que o Buda disse foi qualquer coisa do género: não acredites no que ouves, mesmo que seja eu a dizer-te, experimenta, verifica se ter serve, se te servir usa, se não servir não uses.

Este documentário fez surgir o "Ah!". Desde ai não parei de ler sobre budismo. Continuo ainda hoje. Eu lia de vez em quando, mas nunca fui de ler muito, por vezes até me esforçava um bocadinho por ler. Agora sinto esta forte atracção por livros sobre budismo. Normalmente nem quero que o livro que estou a ler termine. Muitas vezes leio as mesmas coisas que estou farto de saber mas continuo a gostar de as ler...

A minha prática formal não tem sido regular. Por exemplo agora estou a fazer uma meditação de kundalini de quarenta dias. Não é muito budista. Mas mantenho a prática da atenção plena durante o dia. Às vezes distraio-me mas depois volto a notar as sensações, emoções e pensamentos a surgir, a surgir e a desaparecer.

Noto os meus erros. Olho para trás e vez erro após erro: arrogância espiritual, o estar convencido que sou aquilo que quero ser, as emoções negativas que já não encontro em mim porque não quero encontrar, etc. E os progressos: o conhecimento e a calma que progressivamente aumentam, não o conhecimento intelectual, mas aquele que vem de dentro. Aparentemente nada muda, mas a consciência das minhas virtudes e limitações é o que importa...

Aprendi como é importante ter a humildade de olhar para mim próprio como uma criança e reconhecer que não me conheço, que tenho muito a aprender, que a negatividade que vejo nos outros também existe em mim. Que posso ficar mais puro...

E também aprendi que posso sentir-me bem neste momento, a dedicar atenção a todas as pequenas coisas que faço, sem estar à espera de uma felicidade num futuro iluminado.

Descanso no equilíbrio entre o contentamento de fazer um bocadinho por mim e pelos outros e o descontentamento de não estar a fazer melhor...

Descanso na confiança de que se tudo mudar drasticamente, devo acabar por me habituar, assim como me adapto a cada mudança em cada instante...

Descanso no equilíbrio entre o sossego da vida que levo e o permitir que coisas novas entrem nesta vida...

Descanso no equilíbrio de saber que existe por um lado aquilo que posso controlar e por outro a adversidade que não se controla...

Descanso...

1 comentário:

Ga b riel Ba lta zar disse...

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