sábado, julho 16, 2005

Não eu

Os pensamentos que por mim passam, não sou eu. As emoções, não sou eu. As sensações, não sou eu. O que sou eu? Um fluxo de pensamentos, emoções, sensações... Não há nada permanente, um eu. Um pensamento sucede outro, porquê procurar coerencia, um eu? Ao meditar queremos acabar com a tagarelice da mente. Conseguir ver para além das palavras. Palavras... perde-se sempre tanto... alguma vez irá existir uma forma de comunicação melhor? Ao reflectir, procuramos consistência, um eu. Não há contradições, há apenas estados diferentes no fluxo. Para quê uma imagem coerente para os outros? Natural, sem crosta, quem não gostar de mim não gosta, e quem gostar, é de mim, do fluxo que sou eu, que gosta. E ao remover tudo o que impede o acesso directo ao fluxo, que se veja um fluxo que caminha para o amor universal.

Enfraquecendo cada vez mais o ego, poderei sentir mais vezes que "não quero nada, não espero nada, não desejo nada, sou livre".

quinta-feira, julho 14, 2005

O carvalho no jardim

O que é que me aconteceu afinal? Vi um programa de televisão sobre a vida de Buda. Fiquei estupefacto por constatar que há dois mil e quinhentos anos exitiu um individuo que pensou de forma tão semelhante à minha e partiu da situação em que eu estava. Quero conhecer budistas. O mais próximo que encontro é ioga e meditação. Aulas de ioga, meditação, já não sou a mesma pessoa. Levarei isto demasiado a sério? Uma paixão, o ioga, o renascimento. Vivo sem stress, despreocupado. O futuro não me preocupa, não espero nada, não desejo nada. Estou por aqui, descansado. Não me importa se vivo, se morro, e assim sinto-me bem. Tanta leveza. Onde irei pousar? Quem me dera ficar sempre assim, a pairar, até desaparecer subitamente.

Sinto o corpo, o alinhamento do corpo quando caminho. Como pouco, devagar, a fome não me incomoda, evito comer, como apenas para evitar problemas de nutrição, perco peso, e quero perder peso. Medito. Procuro o lago tranquilo, o fim da razão, a experimentação directa, a iluminação? Não sei se procuro alguma coisa. Estou simplesmente por aqui, a caminhar, sem pressa.

Escrevo sem pensar, não quero pensar. Não falo da mesma forma com as pessoas. Já não me protejo. Cada vez temo menos o ridiculo, enfraqueço o ego, sinto-me livre. Escrevo o que me apetece, não temo julgamentos. Basta-me ser sincero, considerem-me ingenuo, ridiculo, pouco me importa. Quero apenas ver as pessoas como semelhantes, toca-las directamente. Boa intenção, sem medo.

Ioga e meditação, para alguém predisposto, tanta mudança em tão pouco tempo. É pena não ter vindo parar aqui mais cedo. Uma caminhada a passos largos e serenos. Onde irei parar? Irei parar?

O carvalho no jardim

Ou seja

Paixões são fabricações do espirito. O amor constroi-se.

Tenho que dizer isto muitas vezes, tipo mantra.

domingo, julho 10, 2005

A Arte do Amor

Jiro foi camponês e depois samurai. Matou o senhor de um feudo que conquistou, o pai de Jun. Decidiu casar com Jun para conseguir a confiança do povo do feudo conquistado. Num casamento assim não pode haver felicidade.

Uma concubina é incubida de ensinar a ambos a Arte do Amor, um segredo das melhores concubinas, que serve para que dois amantes aprendam a amar-se.

Começa por ensinar-lhes um pouco de Tantra, a parte que se refere ao sexo dos deuses.

"No Tantra não há pecado. A única falta é não deixarmos o amor fluir. E essa é uma grande falta. Uma falta que nos deixa vazios e desorientados. Com amor, sentimo-nos preenchidos e felizes. Também preenchemos o outro e geramos felicidade à nossa volta.

No Tantra não há culpa. A culpa é um conceito cómodo de quem não sabe compreender um ser humano. É um conceito ignorante e gerador de injustiças..."

Há qq coisa em comum com a canção: "... o amor, não é o tempo nem é o vento que o trás, o amor, é o momento em que me dou, em que te dás..."

segunda-feira, julho 04, 2005

OM AH HUNG

Um budista, que fala com o coração aberto. Eu nunca abraço ninguém, mas despedi-me dele com um abraço. Também quero abrir o meu coração e abraçar todas as pessoas do mundo!

sábado, julho 02, 2005